O acordo para comprar a empresa de biotecnologia, um dos maiores acordos farmacêuticos da história recente, ocorre quando o medicamento contra câncer de grande sucesso da Merck, Keytruda, enfrenta um abismo iminente de patentes. A Merck está em busca de acordos que possam protegê-la da perda de receita quando o Keytruda perder a proteção de patente no final desta década, mais precisamente em 2028. E a Prometheus tem um portfólio promissor que chama a atenção no setor de imunologia, incluindo um tratamento com anticorpos monoclonais para doenças inflamatórias intestinais que apresentou resultados positivos em dezembro. A MSD pagará US$ 200 por ação da Prometheus, o que representa um prêmio de 75% em relação ao preço de fechamento das ações da empresa na sexta-feira (14/04). A Prometheus tem sede na Califórnia e não possui produtos aprovados no mercado, mas está desenvolvendo um tratamento experimental promissor para colite ulcerativa e doença de Crohn, duas formas de doença inflamatória intestinal.

“O acordo com a Prometheus acelerará nossa presença crescente em imunologia, onde ainda há necessidades substanciais não atendidas dos pacientes”, disse Robert Davis, presidente e diretor executivo da Merck, em comunicado. Davis disse ainda que a droga da Prometheus, PRA023, que está sendo desenvolvida para tratar duas doenças inflamatórias intestinais (DII) – colite ulcerativa e doença de Crohn – e outras condições autoimunes, pode ser uma venda multibilionária para a Merck. Ele disse que a recente divulgação de resultados encorajadores de testes intermediários levou a Merck a “atacar” a Prometheus.

A expiração de patentes está impulsionando a atividade de fusões e aquisições em todo o setor farmacêutico. Ao todo, as grandes empresas farmacêuticas dos EUA devem perder mais de US$ 200 bilhões em vendas anuais até 2030, sendo a situação da Merck a mais notável, escreveram os analistas farmacêuticos da Bloomberg Intelligence Michael Shah e John Murphy. “A Merck é a mais exposta a expirações de patentes entre as grandes empresas farmacêuticas, com US$ 55 bilhões em vendas perdendo proteção entre 2023-2030”, escreveram os analistas. “Keytruda responde por 60% e pode enfrentar concorrência de biossimilares a partir de 2028.”

Citando analistas, a Prometheus previu que o mercado de doenças inflamatórias intestinais valerá mais de US$ 49 bilhões até 2030. A empresa tem como principal rival a Roivant, empresa sediada em Nova Iorque. A Prometheus e a Roivant afirmam ter os melhores candidatos/drogas da categoria, com o alvo da Merck argumentando que seus dados iniciais mostram que o PRA023 é “equivalente ou diferenciado” em relação ao RVT-3101 da Roivant “em todas as métricas significativas avaliadas”. Ambas as empresas estão se preparando para a fase 3. A Prometheus pretende iniciar os testes de fase tardia em colite ulcerativa e doença de Crohn este ano e relatar dados da fase 2 em esclerose sistêmica em 2024.

Fontes: FierceBiotech , Bloomberg, Roivant, Prometheus

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