Em mais uma movimentação para reforçar operações no exterior, a Eurofarma anunciou a compra de 100% da farmacêutica Genfar. O laboratório tem sede na Colômbia e pertencia à Sanofi.

A Genfar tem como foco o mercado de genéricos e atua não apenas na Colômbia, como também no Equador e no Peru. Seu portfólio reúne mais de 140 moléculas, segmentadas em 12 áreas terapêuticas. A concretização do negócio, que contou com a assessoria do Itaú BBA, ainda depende de aprovação das autoridades antitruste. A Eurofarma trabalha com a meta de ter 30% do faturamento resultante das operações no Exterior. Hoje ela já exporta medicamentos para 20 países da América Latina, região que responde por 18% da sua receita total. As vendas líquidas no Exterior já movimentam mais de R$ 7,1 bilhões. A Genfar foi fundada em 1967 e fazia parte do grupo Sanofi, potência presente em mais de 100 países e que emprega mais de 20.000 pessoas.

A internacionalização da Eurofarma ganhou força a partir de 2020, com a compra dos ativos da Takeda. “Em linha com a nossa estratégia de crescer também por meio de aquisições, este é um marco na nossa história porque nos credencia a entrar no México, segundo maior mercado da América Latina, de forma relevante. Estamos incorporando marcas reconhecidas pela classe médica e somaremos estes ativos ao produto Keflex®, recém adquirido da Lilly no México. Além disso, a Eurofarma conta com um amplo pipeline e alguns processos já submetidos a registro. Assim, teremos uma plataforma robusta no país para fazer frente às nossas ambições e receber investimentos,” afirma Maria Del Pilar Muñoz, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios. A farmacêutica brasileira desembolsou US$ 161 milhões e iniciou dessa forma sua incursão no México. Em julho de 2021, o laboratório pagou US$ 51,6 milhões à Hypera Pharma para adquirir um portfólio de 12 medicamentos de prescrição e MIPs comercializados na Colômbia e no México. No fim de 2022, foi a vez de a companhia obter aval da Food and Drug Administration (FDA) para se tornar a primeira farmacêutica brasileira com operações nos Estados Unidos.

Uma das apostas da indústria farmacêutica para ampliar suas margens reside nos medicamentos de especialidades. Em 2021, os investimentos da Eurofarma em pesquisa e desenvolvimento somaram R$ 363 milhões, o equivalente a 5,1% da receita líquida. O laboratório já tem 26 pedidos de patentes oficializados, incluindo três moléculas inovadoras. Outro fator que ajuda a respaldar o crescimento internacional foi a agenda ESG. “Fomos vanguardistas no setor farmacêutico brasileiro ao assumirmos o compromisso público de neutralizar 100% das emissões diretas de CO2 e atingirmos 12 milhões de unidades vendidas com o selo +Verde, que incorpora conceitos de sustentabilidade nos produtos”, argumenta o presidente Maurizio Billi.

Para sustentar os planos de ampliar operações no Exterior, a Eurofarma angariou recursos junto ao  IFC (Internation Finance Corporation), braço de investimentos do Banco Mundial. Ao todo, a farmacêutica levantou US$ 150 milhões, que financiarão parte da nova fábrica em Montes Claros (MG). Com o aporte, a expectativa é que a nova planta fabril esteja ativa em 2024 e a produção terá como prioridade antibióticos, comprimidos e medicamentos hormonais. Ademais, o laboratório vai reforçar sua atuação em Itapevi, no interior paulista. A fábrica será o hub de produção de vacinas contra a Covid-19, parceria com a aliança entre Pfizer e BioNTech. A estimativa é que sejam fabricadas mais de 100 milhões de doses para distribuição no exterior.

Fontes: Panorama Farmacêutico,Genfar

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